segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

da psicopatologia da vida cotidiana

eu, neurótica obsessiva, não posso deixar de pensar
minha última causa de angústia vem da "necessidade" de administrar tantas informações quantos neurônios cabem na minha cabeça: relatórios, nomes, datas, códigos, senhas, contas, notícias, procedimentos, técnicas, matérias de concurso, condutas éticas, novidades tecnológicas, fofocas mediocres, fofocas importantes, sites de emprego, amigos recentes, tarefas básicas do lar...
em ouro fino, esse último fim de semana, assistindo o dia passar com cerveja, piso de taco antigo, cartola e varanda, às vesperas de retornar à são paulo, me pus a avaliar: não sei o que faço; se meto a cara em estudar pra concursos e me torno assalariada apática; se me aprofundo na psicanálise, aceito o desamparo e a angústia e fico ainda mais chata; se estudo filosofia e me torno mais culta e mais dura; se leio "a folha de SP" e me especializo em opinião pública
ou se leio caras, caio na fútilidade e na felicidade vazia, mas fico menos descompensada
e talvez a questão não seja essa... que agora parece tão óbvia e sem graça...

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